Oblação

Pesquisando Oblação.

“No século VII , os Anais da Abadia de Lérins, ao largo de Cannes, dirigida por St. Aigulphe, fazem alusão à presença de leigos no Mosteiro. Nos séculos X e XI, em Cluny, St. Ulric escreve:’Há muitos cristãos que necessitam de viver em comunhão fraterna conosco; concede-se a eles uma parte de todo o bem que se faz no Mosteiro, trate-se de orações ou de esmolas. Reza-se por eles de uma maneira particular durante sua vida e após sua morte.’
A Oblação vai se desenvolver até o século XIV com altos e baixos. Desde este momento até o século XIX, não se falou mais em Oblação. Mas ela teria continuado a existir. No século XIX, em Beuron, na Alemanha, em Affligem, na Bélgica, em La Pierre-qui-Vire e em Solesmes na França, como também na Hungria, os Mosteiros repensam a Oblação secular. Os primeiros estatutos dos Oblatos serão redigidos na Itália, apresentados a Santa Sé e aprovados e 17 de Janeiro de 1871. Outras revisões serão feitas mais tarde.
Será a mesma coisa para os Estatutos dos Oblatos na Bélgica estabelecidos em 1880, revisados até 1904. Nesta época se prederá mais a dar aos Oblatos indulgências e outros privilégios eclesiásticos do que formar cristãos apoiados sobre a rocha.
É igualmente no século XIX, no momento do impulso missionário e da colonização que a Oblação vai para os outros continentes.
Na Europa nenhum “refundação” será efetivada no século XX. Precisará esperar o impacto do Vaticano II e depois o Sínodo sobre a missão dos leigos em 1988 para que uma nova reflexão seja elaborada. (Texto extraído da Palestra de François Melard no I congresso Mundial de Oblatos, relizado em Roma de 19 à 25 de Setembro de 2005, tradução de Gláucia Medeiros – Oblata de Olinda).
Oblação é doação de si. A Oblação é um ato bíblico. Todo batizado oferece-se a si mesmo a Deus. Diz São Paulo: “Oferecei-vos a Deus como hóstia santa, pura e agradável...”. Para ser Oblato é necessário antes de tudo ser cristão batizado comprometido com a vida da Igreja, com a Comunidade e que esteja disposto a doar-se.
A Oblação envolve a dimensão da fé, doação de si, do amor, da alegria de partilhar, do serviço aos irmãos. Os Oblatos são artífices de Deus no mundo. Representam aqueles que tudo fazem para tornar conhecido o Filho de Deus, amado e adorado, num mundo de egoísmo e violência.
A ESPIRITUALIDADE – O Oblato é, poderíamos classificar, um beneditino no mundo hodierno, envolvido com os problemas de uma sociedade em fase de mutação e bruscas mudanças, que sem perder as suas qualidades profissionais – de vida familiar e vida social – vive de uma espiritualidade monástica cujo carisma condensa-se no célebre mote:”Ora et Labora”, voltada ao louvor divino (oração) e ao trabalho. Dois pedestais que condensam entre si a espiritualidade, equilibrando assim o exercício da fé, da esperança e da caridade na vida diária.
Sem esse vínculo sobrenatural – a fé – a relação com o mundo na vida do Oblato redundaria numa séria de repetições superficiais e de mero cunho caritativo e assistencial.
Uma outra característica do Oblato é a divisa com a Paz. São Bento era um homem de paz. A busca pela Paz é uma exigência pedida entre os Oblatos de São Bento. Devem buscá-la e levá-la a todas as pessoas.
Sendo que todo cristão deve ser semelhante ao Cristo, o Oblato deve, pois, imitá-lo praticando seus gestos e palavras. “Entrando numa casa, saudai-a: Paz a esta casa...” (Mt 10, 11-15). “A Paz esteja convosco...”
Quem quiser então fazer parte deste grupo que se prepara para fazer a sua Oblação no nosso futuro Mosteiro da Santíssima Trindade que nos procure.

Que as Três Pessoas Divinas, a Virgem Maria e Nosso Pai São Bento nos guiem e intercedam por todos nós.

Grande abraço do
Ir. Manoel.