NOSSA HISTÓRIA

Histórico

– Origem –

O início coincide com a minha história pessoal. Desde criança que sinto um enorme fascínio pela vida monástica. Talvez as primeiras imagens que lembram vagamente este estilo de vida e que eu recordo foram colhidas do filme espanhol “Marcelino Pão e Vinho”, estrelado pelo garoto Pablito Calvo e Direção de Ladislao Vajda. Este filme ganhou dois prêmios no Festival de Cannes: Melhor Direção e Melhor Ator. Assisti-o várias vezes e o que me encantava não era apenas a história comovente do pequeno órfão recém-nascido encontrado na porta do Convento de uma Comunidade Franciscana e que termina sendo criado pelos bondosos frades, mas era também o tipo de vida que eles levavam... os atos comunitários: a oração, o trabalho, as refeições... a maneira delicada com que tratavam do velhinho... a relação deles com o povo... achava tudo isso tão bonito que, pouco a pouco, fui alimentando o sonho de viver daquela maneira.

Só que em Mossoró não havia Mosteiros, apenas o Seminário Menor de Santa Teresinha, da Diocese. No começo achei que era a mesma coisa e, aos 13 anos, comecei a minha experiência como Seminarista. Saí aos 16, para responder a uma série de questionamentos que me vinham à cabeça, e voltei aos 23, acreditando que tinha respondido a todos.

Fiz o Curso de Filosofia no Seminário Regional do Nordeste I, em Fortaleza, estudando no tradicional Seminário da Prainha, e o Curso de Teologia em Recife, no Seminário Regional Nordeste II, estudando no polêmico ITER (Instituto Teológico do Recife).

Em 1979 retorno à Mossoró, para o tempo do Estágio Pastoral que antecede a Ordenação Presbiteral, e no dia 07 de Junho de 1981 me tornei Padre.

Tive uma boa experiência como Padre Diocesano, trabalhando em diversos tipos de Paróquias (cidade grande – Recife; cidade de médio porte – Mossoró; e cidade pequena – Alexandria). Participei (durante quase todo o tempo do meu Ministério) da Coordenação Diocesana de Pastoral, integrei durante algum tempo o Conselho Presbiteral, fui Animador Adulto da Pastoral da Juventude do Meio Popular, Assessor da Pastoral Familiar, Diretor Espiritual da Legião de Maria, Articulador Regional do Setor de Comunicação Social da CNBB – Regional Nordeste II e Professor de várias disciplinas do Curso de Iniciação Teológica da Diocese.

Mas, para os amigos mais íntimos e familiares, eu sempre dizia que ainda iria terminar os meus dias num Mosteiro de vida contemplativa.

Em 2001, para celebrar os meus 20 anos de Ordenação, participei, na Serra de Baturité, Ceará, de um Retiro Inaciano. Eu gostaria de ter feito o de 31 dias, mas o Pe. Hugo, SJ, que veio conhecer de perto a minha experiência, ficou tão impressionado com o volume de minhas atividades e com o tamanho da Paróquia de S. Manoel (onde eu era o Pároco), que sugeriu que eu fizesse o de uma semana apenas. Deixasse o mais longo para o futuro. Apesar de considerar a avaliação dele equivocada, pois eu tinha absoluta certeza de que tinha condições de fazer o outro, acatei a sua sugestão.

Como fruto deste Retiro eu cheguei à conclusão de que era muito feliz como Padre, que meu Ministério era fonte de muita alegria e realização pessoal, não estava em crise, nem com muitos questionamentos... Enfim, estava bem, pacificado, tranqüilo. Mas percebi que, apesar disso, sentia falta de duas coisas: silêncio e oração comunitária. Mas como conseguir isso como Padre Diocesano? Eu morava numa rua do centro da cidade e, durante o dia, o movimento era muito grande. E trabalhava numa Paróquia, cuja Matriz ficava numa das avenidas mais agitadas da cidade, porta de entrada de Mossoró, disputadíssima nos anos de eleições para comícios e passeatas, e por diversos outros grupos durante o tempo restante como grupos juninos, carnavalescos, minorias sexuais, mulheres, religiosos... às vezes ficava difícil celebrar a Eucaristia com a presença irritante dos carros de som, motos barulhentas, etc...

Pensando nessas dificuldades cheguei à conclusão de que só iria conseguir realizar esses dois desejos num Mosteiro. Mas como, se em Mossoró não havia? Me transferir para outra cidade não queria... Então, só me restava.... fundar um Mosteiro na minha cidade! Inicialmente esta idéia me pareceu tão absurda que comecei a rir de mim mesmo. Como isso iria acontecer? Eu não tinha experiência alguma nesta área... nunca tinha convivido com monges... É verdade que a decisão do meu retorno ao Seminário se deu no Mosteiro de S. Bento, do Rio de Janeiro, mas isso não significava nada. Será? E comecei a pensar seriamente sobre isso... Foi quando eu me dei conta que, de uma maneira ou de outra, S. Bento sempre se fez presente, de uma forma discretíssima (como é seu estilo), na minha vida... Uma medalha sua que eu ganhava, uma biografia sua que me davam de presente, um CD de canto gregoriano com a sua Missa que eu ganhei de um amigo... e vários outros pequeninos sinais que, vistos agora e num ângulo novo, ganharam outro sentido para mim que só o de “simples lembranças”.

Cheguei à Mossoró meio perturbado com esses pensamentos. Rezei muito pedindo a Deus que, se fosse apenas coisa da minha cabeça, Ele fechasse todas as portas e me impedisse de dar um passo sequer. Mas se fosse, realmente, sua vontade, que Ele fosse abrindo as portas. Aí vi que precisava partilhar essas preocupações com alguns irmãos presbíteros, sobretudo os mais velhos. Achava que eles iriam me desestimular, dizendo que eu já não tinha mais idade para acalentar este tipo de sonho ou coisa que o valha. Comecei por Pe. Sátiro, que algumas pessoas diziam que tinha uma certa inclinação para a vida monástica, chegando a ter contato com alguns Mosteiros quando estudava em Roma. Ele não só deu todo o apoio, mas garantiu, de cara, o terreno para a construção. Depois fui falar com o Mons. Américo que também me deu a maior força. Em seguida, ganhei coragem para falar com D. José Freire que também me apoiou. E as portas foram se abrindo e eu ficando cada vez mais admirado.

Depois de algum tempo a Diocese recebe um novo Bispo, D. Mariano, com quem eu fui conversar para saber o que ele achava. Me ouviu com muita tranqüilidade, disse que da parte dele não teria nenhum problema, mas teria que ouvir o Conselho Presbiteral. Claro. Pedi também afastamento de todos os meus compromissos a nível diocesano, ficando apenas com a Paróquia, que era para ter mais tempo a fim me dedicar a este Projeto. Ele concordou, pedindo apenas que eu formalizasse este pedido através de uma carta. Foi o que eu fiz. Algum tempo depois eu participei de uma reunião do referido Conselho Presbiteral para explicar o que eu pretendia e todos concordaram.

Desde que cheguei à Mossoró após o retiro que eu comecei a entrar em contato com vários Mosteiros do Brasil, porque eu sabia que teria que receber a Tradição, fazer uma experiência de, no mínimo, um ano (achava eu), antes de fundar o nosso. Como se tratava de uma Fundação Diocesana e como vários passos ainda teriam que ser dados junto ao Bispo e ao Clero, não senti muito interesse da parte de nenhum. Também é verdade que, da minha parte, as coisas não estavam muito claras. Eu tinha dificuldades até de me expressar. Como explicar, por exemplo, que depois de 50 anos, 20 anos de Ordenado eu aparecesse com essa história de ser monge? Era um universo totalmente diferente do que eu estava acostumado e, além do mais, eu estava sozinho. Aí começa a 2ª. Parte dessa história.



– Outras pessoas se envolvem.



Comecei a rezar pedindo a Deus que, se fosse – realmente – vontade dEle, me enviasse alguém para me ajudar, para sonhar comigo. Ninguém mais do que Ele sabia das minhas fragilidades, inseguranças, inexperiência. Eu só tinha boa vontade e desejo de acertar. Só. Mas isso não era quase nada.

Um dia, na Paróquia, um rapaz me procura para conversar. Eu já o tinha visto nas Missas aos domingos. Ele vinha sempre com uma senhora, que eu supunha ser sua mãe, e seu jeito simples e piedoso havia me chamado a atenção. Já passava dos 40 anos, era cearense, mas tinha morado muito tempo em S. Paulo, se chamava Queiroz e fazia algum tempo que estava pensando na vida monástica. Eu comecei a rir e ele não entendeu de imediato. Mas quando eu lhe disse que ele havia sido mandado por Deus a meu pedido e lhe falei do Projeto ele ficou muito feliz. A partir daí começamos a sonhar juntos e pedir a Deus vocações para a futura comunidade monástica. Para nos ajudar convidamos o Pe. João Alfredo, que tinha sido monge durante 15 anos no Mosteiro de Garanhuns, PE. Com ele passamos a nos reunir uma vez por mês.

Por outro lado, os amigos, ao tomarem conhecimento deste sonho, manifestaram também o desejo de participar de alguma forma, como leigos. E a notícia foi se espalhando, outras pessoas ficaram sabendo e vinham me perguntar “que história era essa” e como poderiam ajudar. Havia sempre uma tal simpatia com relação ao Projeto que me impressionava. A perspectiva de Mossoró contar com um Mosteiro masculino (já que havia um feminino, das Clarissas), deixava todos cheios de interesse, curiosidade e até mesmo entusiasmo.

Alguns jovens vieram falar comigo desejosos de ser monges. Os primeiros foram Bruno Rafael, Edson e Valtécio. Eram muito novinhos e eu sabia que poderia ser um entusiasmo passageiro, reação natural diante de algo novo. De qualquer maneira passamos a nos ver com mais freqüência para discutir, encaminhar as coisas, estudar a Bíblia ou outro material conseguido na internet.



– Os primeiros passos concretos



Havia um Padre da nossa Diocese, Pe. Flávio Jerônimo do Nascimento, que estava passando uma temporada numa Comunidade Monástica em Natal. Eu já tinha ouvido falar dessa experiência, mas não sabia muita coisa sobre ela. Sabia que os rapazes desta Comunidade cuidavam dele com muito carinho, porque ele já estava velho e doente. Quando Pe. Flávio morreu o Superior, conhecido como D. Bruno, acompanhou o corpo até Mossoró para o sepultamento. Aproveitei a sua permanência entre nós para conversarmos a respeito da Fundação do nosso Mosteiro.

Foi quando eu tive, pela primeira vez, uma orientação mais segura a respeito dos passos a serem dados:

1º. Era necessário que se criasse uma Associação Civil, com estatutos registrados em Cartório. Ele nos deu uma cópia dos Estatutos da Associação do Mosteiro de Gravatá, PE, que tinha D. Cristiano como Superior.

2º. Teríamos que ter igualmente os Estatutos do Mosteiro. Também recebemos o Modelo do Mosteiro de Gravatá.

3º. O Bispo teria que assinar um Decreto de Ereção Canônica “Ad Experimentum” por uns 3 anos, mais ou menos.

A partir daí passamos a nos comunicar regularmente e, sempre que podíamos, íamos a Natal (mais precisamente em S. José de Mipibu) para conhecer de perto a experiência. Lá conhecemos o Ir. André que me confessou logo nas primeiras conversas: “Padre, o senhor abre seu Mosteiro num dia e no outro eu estarei lá pra fazer parte dele”.

Conversei com D. Bruno a respeito dos leigos que queriam participar. Eles não queriam ser monges ou monjas, mas também não queriam restringir a participação deles apenas para conseguir ajuda material. Eles queriam saber mais sobre S. Bento, se não havia alguma coisa parecida com a Ordem Terceira Franciscana que era para leigos, etc.. Foi quando D. Bruno falou dos Oblatos, se comprometendo a nos ajudar na formação deles, já que acompanhava fazia algum tempo a caminhada do grupo de Oblatos ligados à sua Comunidade. Era tudo o que os nossos amigos queriam. E D. Bruno ficou acompanhando-os durante um bom tempo. Só que os Oblatos são ligados formalmente a um Mosteiro. E, como o nosso ainda não havia sido criado, passaram a se chamar de “futuros Oblatos”.



– Sobre o Nome do Mosteiro.



Um dia, num dos meus encontros com Queiroz, discutíamos sobre o nome do nosso futuro Mosteiro. Ele seria dedicado a quem? Fazia muito tempo que o mistério da Santíssima Trindade me encantava, sobretudo quando visto na perspectiva da Unidade, tema tão importante na Igreja, mas tão pouco vivido. Eu estava também fascinado pela iconografia russa, sobretudo pelo famoso ícone dos Três Anjos de Rublev. Além do mais, naquela época me chegou às mãos um texto (cujo autor eu desconheço) que parece que veio justificar nossa escolha:

“A representação da Trindade na figura de três anjos é sugerida pela aparição a Abraão no Vale dos Carvalhos de Mambré, nos quais muitos Padres viram o anúncio da Trindade (Gen. 18, 1-15).

O mistério do Deus uno e trino é expresso por três figuras distintas, mas indivisas, porque participam de uma mesma unidade profunda e a constituem. Neste profundo mistério de unidade está presente também a terra, representada pelo frontispício da mesa, mas está presente sobretudo no homem remido por Cristo.

O eixo do ícone é o centro da mesa-altar onde está colocado o Cálice com o Cordeiro: a Eucaristia. Para o Cálice convergem as mãos dos três anjos, sobre o Cálice parece descer verticalmente para alimentar-se, a árvore da vida, colocada no alto, sobre a figura central: o Carvalho de Mambré é símbolo da árvore da vida. Ao lado da árvore, outros dois símbolos: a Igreja, corpo de Cristo, e a rocha, o monte Tabor.

Com certeza, entre as três figuras, a da esquerda é o Espírito Santo; as outras, o Pai e o Filho. O Filho é igual ao Pai; a mão reproduz o mesmo gesto de bênção com os dois dedos, símbolo das duas naturezas de Cristo.

As linhas arquitetônicas dos tronos e da casa convergem para quem olha, segundo um procedimento de perspectiva inversa que parece projetar as imagens ao infinito. O ícone em sintonia com a Teologia Oriental, não pretende definir, mas abrir uma janela ao Infinito.

A cruz, o triângulo e o círculo são as estruturas geométricas mais evidentes e significativas. O triângulo significa a unidade e a igualdade da Trindade. A cruz, inscrita no círculo sagrado da vida divina, é o eixo vivo do amor trinitário.

O ícone foi pintado pelo Mosteiro da Santíssima Trindade, fundado por S. Sérgio. A divisa do Santo: “Contemplando a Santíssima Trindade vencer a odiosa divisão deste mundo”.

Pronto. Estava decidido. O Mosteiro seria dedicado à Santíssima Trindade. O tempo veio confirmar que a escolha tinha sido perfeita e que não havia outra melhor.









– A Cruz



Mas tinha uma coisa estranha em toda essa história. Estava tudo bem, tudo estava dando certo, não havíamos encontrado nenhum obstáculo, todas as pessoas que tomavam conhecimento do Projeto ficavam encantadas... Por isso disse um dia a Queiroz:

- Tem uma coisa errada.

- O quê?

- Queiroz, as coisas de Deus não são assim tão fáceis! Se não tiver cruz é porque não é de Deus. Vamos rezar pedindo cruz.

- Rezar pedindo cruz?! Não acredito!

- Pode acreditar. O inimigo é muito astucioso. Ele se transforma até em coisas boas para enganar. Eu li que toda a Fundação de Mosteiros vem acompanhada de muita dor, sofrimento, humilhação, incompreensão e até perseguições. A nossa não está sendo assim... Depois, está lá no Evangelho: pra seguir Jesus tem que deixar tudo, tomar sua cruz e aí, sim, pode segui-lo. A cruz é o principal sinal do seguimento... Sem cruz não é de Jesus. Se não é de Jesus não me interessa. Não vou trabalhar para o inimigo.

E foi aí que começamos a rezar pedindo cruz. E Deus não se fez de rogado. Apesar do sofrimento, sentíamos alegria porque a Trindade começava a nos mostrar que estávamos no caminho certo e que o Projeto era dela mesmo.

O mais triste é que a cruz partiu da nossa própria Igreja. Alguns irmãos começaram a questionar a minha decisão, sem virem primeiro conversar comigo.

- Lá vem ele com mais uma novidade.

- Isso é coisa da cabeça dele.

- Ele pensa que isso é brincadeira? Fundar Mosteiro é coisa séria!

- Como é que um Padre formado pela Teologia da Libertação inventa, de uma hora pra outra, de ser monge? É muita contradição!

- Isso é loucura! Só pode ser.

- Ele adora aparecer!

- O Teatrólogo? Monge? Não acredito! Não tem nada a ver com ele...

Foram alguns dos comentários feitos em tom de ironia, perplexidade e descrédito. Mas outras pessoas, que me conheciam mais a fundo, defendiam:

- Não sei por que a admiração. Ele sempre disse que ia terminar os dias dele num Mosteiro de vida contemplativa.

- Gente, por que tudo isso? Não vai ser uma coisa boa pra cidade e pra Diocese? Então, vamos torcer pra que tudo dê certo e ajudar.

Um dia Queiroz chegou cabisbaixo e triste e me disse:

- O senhor não queria cruz? Pois Deus atendeu.

- O que foi que houve?

- Estava na Cúria, esperando o senhor e o Pe. João Alfredo, quando D. Mariano apareceu e me chamou à sua sala. E foi logo me dizendo que esse negócio de fundar Mosteiro não era brincadeira, que era coisa séria, que a gente não tinha mais idade pra brincar com isso... Como ele pode dizer uma coisa dessa se ele nem me conhece?

- E o que você respondeu? Perguntei preocupado.

- Não disse nada. Escutei em silêncio. Não foi cruz que a gente pediu? E o senhor não vive dizendo que a gente tem que abraçar a cruz na vida da gente? Foi o que eu fiz.

- Ótimo. Você fez muito bem. Tem que ser assim mesmo. Ta começando agora. Não vamos nos defender, revidar, não vamos dizer nada. A Trindade é que vai nos defender.

- Mas, padre, doeu muito!

- Claro. Se não tivesse doído não seria cruz. Cruz dói e é pra doer mesmo. A gente tá no caminho certo. Agora tou mais seguro.

Algum tempo depois o Bispo faz a mesma coisa com Aloísio, coordenador do Grupo dos futuros Oblatos. E, sem que tivesse sido combinado, a reação de Aloísio foi a mesma de Queiroz. Silêncio. Graças a Deus.

A minha parte também já estava reservada. Mas prefiro não comentá-la.



– Visibilidade do Projeto



Não tardou muito e os Meios de Comunicação Social, sobretudo os jornais, começaram a me procurar para falar do nosso Projeto. Achei interessante esta procura porque nós precisávamos dar visibilidade ao Projeto. As pessoas que não eram nem amigas minhas nem Agentes de Pastoral tinham que tomar conhecimento. Alguns encaminhamentos práticos eu tive que fazer, mas não tinha ainda comunicado ao Bispo. No momento da entrevista tive que dizer, mesmo sabendo que isso poderia chateá-lo. Mas é que eu o tinha procurado várias vezes e não o tinha encontrado porque ele estava viajando. Por outro lado não poderia perder aquela chance. Não deu outra. Na primeira oportunidade ele me manda chamar e reclama de ter sabido das coisas pelos jornais. Claro que ele tinha razão, mas eu não tinha agido de má fé... eu bem que tentei falar antes com ele e não deu. Aproveitei e disse pra ele, com muita tranqüilidade, que ele não se preocupasse porque nós não estávamos brincando, que não tínhamos mais idade pra isso, e que se esse Projeto não fosse de Deus ele não iria acontecer. Mas se fosse, nem o Papa poderia impedir. Raciocínio de Gamaliel, nos Atos dos Apóstolos.

Ele me disse que tinha duas exigências a fazer:

1. Que ele não iria apoiar este Projeto se eu não fosse passar, no mínimo, 6 meses num Mosteiro. Olhei perplexo para ele pensando: será que passa pela cabeça dele que eu queira fundar um Mosteiro sem antes receber a Tradição de outro Mosteiro? Será que ele acha que 6 meses são suficientes para isso? Eu tinha pensado em 1 ano e ainda achando pouco! Havia muita coisa para aprender, sobretudo em termos de Formação, Administração, Manutenção, Liturgia, etc. Mas foi bom ele ter tocado neste assunto porque eu ainda não tinha pensado em como abordá-lo para me dispensar durante um ano com o objetivo de fazer esta experiência. E ficou combinado que logo após a celebração do meu Jubileu de Prata Sacerdotal (07.06.06) eu teria um “ano sabático” para fazer isso.

2. Que eu, enquanto estivesse à frente da Paróquia, não deveria misturá-la com o Mosteiro. Não entendi o por quê desta exigência. Como misturar se o Mosteiro ainda não existia? Por que ele estaria dizendo isso? A única justificativa que eu encontrei foi a matéria que saiu no jornal. Durante a entrevista a repórter me perguntou sobre o que as pessoas que desejassem ajudar deveriam fazer. Eu respondi: É só me procurar. E ela pergunta mais uma vez: E onde elas podem encontrá-lo? Minha resposta: Na Paróquia de S. Manoel. Óbvio. Era lá que eu trabalhava e, portanto, o lugar mais fácil de me encontrar. Acho que foi por causa disso Como não tinha idéia do que se passava na cabeça dele e como tinha consciência de que isso não estava acontecendo, nem poderia acontecer, concordei. Agora, as reuniões com os grupos que me apoiavam continuaram lá porque achei um absurdo não usar um espaço nosso, de Igreja, para discutir um Projeto de Igreja.

Mas o fato é que a população começou a tomar conhecimento e, quando eu passava nas ruas, as pessoas me abordavam perguntando sobre o Mosteiro, quando ia começar, como que poderiam ajudar, etc. Eu também usava um programa radiofônico que eu fazia diariamente pela Rádio Rural (da Diocese) para divulgar o nosso sonho.



– Novos Rumos



Em janeiro de 2006 D. Bruno me comunica que dois Abades Franceses, da Congregação Sublacense, que iriam fazer uma visita canônica ao Mosteiro da Anunciação do Senhor, em Goiás, passariam por Natal para conhecer a experiência.

Foi quando conheci D. Jacques Damestoy, Abade de Belloc, e D. Joel Chauvelot, Abade de Tournay. Os dois se mostraram muito interessados no nosso Projeto e me convidaram para fazer o Noviciado numa de suas Abadias. Na volta, D.Bruno e eu ficaríamos encarregados de articular as diversas experiências de Fundações Diocesanas, tendo em vista um futuro ingresso na Congregação de Subiaco. Era tudo o que eu queria e precisava ouvir. Meu Noviciado iria ser numa Abadia de peso e num país que eu adoro.

Mas, quando cheguei à Mossoró e contei a novidade, o Pe. Sátiro reagiu negativamente e pediu pra eu não aceitar, dizendo que o que tinha na França tinha aqui no Brasil também. O Grupo dos futuros Oblatos também manifestou sua insegurança se eu fosse pra tão longe e logo no início do Projeto. Então decidi ficar. Mas ir pra onde?

Quando comuniquei aos Abades sobre a minha decisão eles compreenderam e sugeriram o Mosteiro de Olinda. Eu já conhecia o Abade D. Bernardo desde quando estudava em Recife e ele ainda não tinha entrado no Mosteiro. Mas ele me disse que estava renunciando ao Abaciado por motivos de saúde e que eu esperasse a Bênção Abacial do novo Abade, D. Felipe, que estava vindo do Rio de Janeiro. Quando este assumiu e lhe falei, ele me comunicou que estava transferindo o Noviciado de Olinda para Salvador. Aí eu me lembrei da experiência de Messejana, CE, que já tínhamos visitado em maio daquele ano e liguei para D. Beda, o ex-Abade de Olinda que era o Superior daquela Comunidade. Ele também me disse que estava enviando seus noviços para Salvador. Foi quando apelei para D. José Gabriel, Prior do Mosteiro de Garanhuns. E mais uma vez ouvi uma resposta negativa: D. José Gabriel também estava renunciando e eles estavam esperando o novo Prior, D. Gregório, que estava vindo do Rio de Janeiro. Depois da sua posse eu liguei pra ele, mas ele me falou que estava chegando, iria tomar pé da situação, arrumar a casa, mas já sabia que estavam com problemas para arranjar formadores, de modos que, por enquanto, não estavam recebendo ninguém.

E agora? Mais uma vez sem destino... e, a essa altura, eu já tinha celebrado meu Jubileu de Prata, mas ainda não tinha entregue a Paróquia, como tinha combinado com o Bispo, porque não sabia ainda para onde ir. O jeito era apelar para o Arquiabade de Salvador, D. Emanuel, que era o Presidente da Congregação Beneditina do Brasil. Imediatamente entrei em contato com o Secretário dele que me propôs escrever uma carta, descrevendo todo o processo e pedindo a ajuda dele. Escrevi contando tudo e fiquei esperando a resposta.



– Comunicado da Congregação Beneditina do Brasil



Ao voltar da 44ª. Assembléia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Itaici, Indaiatuba/SP, no mês de abril de 2006, D. Mariano me entregou um Comunicado da Congregação Beneditina do Brasil, onde os Abades e Priores manifestavam uma legítima preocupação com relação às Fundações Diocesanas de Mosteiros, por causa de abusos que houve envolvendo o nome da referida Congregação. Soube depois de duas cidades onde isto aconteceu. Li-o atentamente e não percebi nada que nos atingisse. Mas, como D. Mariano temia que incorrêssemos num “verdadeiro delito de ‘falsidade ideológica’”, pedi ao Pe. João Medeiros, que é um bom Teólogo e entende um pouco de Direito Canônico, que lesse o documento e emitisse um parecer por escrito comprovando ou não que as preocupações dos Abades e Priores não nos diziam respeito.

Eis os dois documentos (da Congregação Beneditina do Brasil e do Pe. João Medeiros):





PARECER 01/2006



EMENTA: Comunicado assinado por

Abades e Priores Beneditinos alerta os

Bispos do Brasil sobre pedidos de

Fundações de Mosteiros Beneditinos masculinos.



O Comunicado emitido pelos Abades e Priores conventuais dos Mosteiros e Abadias vinculados à Congregação Beneditina Brasileira, datado de 28 de abril de 2.006, foi dirigido aos Bispos reunidos na 44ª. Assembléia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Itaici, em abril do mesmo ano.



1. HISTÓRICO



É bem longa a história da vida beneditina na Igreja. Surgiram daí diversos ramos beneditinos, possuindo denominações diferentes e espalhados pelos cinco continentes. A maioria organizou-se em Congregações, reunindo Mosteiros de um ou vários países. Algumas Congregações se uniram e deram origem à Confederação Beneditina, sediada em Roma, no Colégio Santo Anselmo, tendo como Presidente o Abade Nolker Wolf. São estas as 20 Congregações Beneditinas ligadas à citada Confederação:

1. Congregação Americana-Cassinense (1855)

2. Congregação Americana-Suíça (1881)

3. Congregação Austríaca (1625)

4. Congregação Brasileira (1827)

5. Congregação Camaldulense (1980)

6. Congregação Cassinense (1408)

7. Congregação da Anunciação (1920)

8. Congregação da Bavária (1684)

9. Congregação da Vallumbrosa (1036)

10. Congregação de Beuron (1873)

11. Congregação de Solesmes (1837)

12. Congregação de Subiaco (1872)

13. Congregação do Cone-Sul (1976)

14. Congregação Eslava (1945)

15. Congregação Húngara (1514)

16. Congregação Inglesa ( 1336)

17. Congregação Olivetana (1319)

18. Congregação Otilliense (1884)

19. Congregação Silvestrina (1231)

20. Congregação Suíça (1602)

A Confederação não esgota a família beneditina. Há outros Mosteiros e casas religiosas ligadas à espiritualidade de S. Bento. Existem os monges beneditinos armênios, orientais, ortodoxos, anglicanos, os Amigos de S. Bento, Comunidade de Leigos Beneditinos e outras instituições não vinculados à Confederação Beneditina.

Convém lembrar que há Abadias e Mosteiros de inspiração beneditina (vivendo segundo a Regra de S. Bento) que, ao longo da história, foram se separando do tronco tradicional e constituíram novas famílias. Hoje são aceitos e reconhecidos em toda a Igreja. Dentre eles estão os monges cartuxos, cistercienses e trapistas.

Os beneditinos encontram-se no Brasil desde 1596 e continuam presentes através da Congregação Beneditina Brasileira, atualmente composta de oito Fundações: Abadias de Salvador, Rio de Janeiro, Olinda, São Paulo, Ponta Grossa, Mosteiros de Garanhuns, Brasília e Pouso Alegre. Há ainda Mosteiros ligados a seis outras Congregações vinculadas à Confederação Beneditina.

Daí, constata-se que há muitos ramos beneditinos espalhados no mundo inteiro e destes, alguns estão congregados numa Confederação. No entanto, pode-se inferir que a Confederação não esgota a variedade da família beneditina. Conclui-se também que a mesma não exerce jurisdição canônica sobre todos os religiosos que vivem segundo a Regra de S. Bento, mas sobre aqueles que estão confederados. Em outros termos, apesar de ter autonomia e jurisdição sobre muitos Mosteiros e casas, a Confederação não se arroga a exclusividade do carisma beneditino. Se assim o fosse, instituições seculares estariam impedidas de se declararem beneditinas ou inspiradas na espiritualidade de S. Bento, como é o caso dos cistercienses, trapistas, cartuxos etc.



2. Do Comunicado da Congregação Brasileira



A Congregação Beneditina Brasileira expressa-se oficialmente em seu nome, como um dos membros ligados à Confederação, não em nome desta e de todos os beneditinos.

É pertinente o zelo dos signatários desse Comunicado, expressando-se diante de abusos que confundem o Povo de Deus com terminologia e indumentária que dão margem à ambigüidade.

O documento assinado pelos Abades e Priores dos Mosteiros e Abadias Beneditinas da Congregação Beneditina Brasileira é redigido em nome das Fundações que integram essa Congregação e podem dizer se esta ou aquela casa está ligada à mesma. O Abade Presidente pode e deve falar em nome da Confederação Beneditina. Por outro lado, a família beneditina é muito grande e ultrapassa a Confederação, que não atinge todos os que vivem segundo a Regra de S. Bento. Deste modo, o Comunicado tem limitações, previstas na legislação canônica e no foro civil.



3. Da Competência Diocesana



Partindo do pressuposto histórico, jurídico e canônico de que a espiritualidade beneditina não é exclusividade de nenhuma instituição, pode a autoridade diocesana, observadas as prescrições do Código de Direito Canônico (respeitado o disposto nos cânones 312 parágrafo 1º., Inciso 3º., 579 e 594), fundar conventos, mosteiros etc. dentro de seu Bispado e colocá-los debaixo de uma Regra, no caso a de S. Bento, que é patrimônio de toda a Igreja.

É evidente que os poderes episcopais, de acordo com o já citado Código de Direito Canônico, também são limitados. Em conseqüência disto, as associações públicas de fiéis, os institutos de vida consagrada e as sociedades de vida apostólica de direito diocesano têm igualmente as suas limitações. A rigor, um monge de um mosteiro diocesano é monge dentro dos limites territoriais de um bispado. Poderá até, no futuro, o Mosteiro tornar-se num Instituto Pontifício ou unir-se a outros congêneres, como prevê o CDC.

Se fiéis vivem em um Mosteiro ou casa religiosa a espiritualidade de determinado santo da Igreja Católica e se foram legitimamente constituídos e são supervisionados pela autoridade diocesana, não incorrem em nenhum delito canônico.

Vale salientar ainda que a espiritualidade, mesmo ligada a algum santo, é patrimônio de toda a Igreja e não de uma Ordem ou Instituto de vida consagrada. O carisma ou exemplo de vida de um santo, pelo ato de canonização, torna-se modelo para toda a Igreja e não simplesmente para determinadas pessoas que se organizaram ao longo da história sob o carisma ou espiritualidade vividos por esse ou aquele santo. Assim sendo, a espiritualidade e o carisma beneditinos são patrimônio de toda a Igreja. E assim, jurídica e legitimamente, um grupo de fiéis poderá vivê-los, após autorização da autoridade eclesiástica.



4. Da extensão do Comunicado



Assim sendo, a partir de consulta a canonistas e juristas, pode-se destacar o seguinte:

a) O Documento firmado pelos Abades e Priores deve ser interpretado como balizamento. Adverte sobre erros, abusos e má fé e aponta critérios para se identificar quem é ou não é monge beneditino pertencente à Congregação Beneditina Brasileira. Assim, para que se saiba se esta ou aquela casa é ou não beneditina dessa Congregação, deverá exibir a documentação prevista nos Direitos Canônico e Civil. No entanto, na verdadeira acepção canônica e jurídica, falece competência àquela Congregação para dizer se outras casas têm inspiração no carisma de S. Bento. Cabe aos signatários declarar se há vinculação de religiosos a essa Congregação”.

b) Cometerá, no entanto, delito de falsidade ideológica, aquele que se intitular monge beneditino, se não pertencer a uma das instituições vinculadas às Congregações Beneditinas ou a um Mosteiro de direito diocesano.

c) Deste modo, dentro do âmbito da Diocese, com autorização expressa e supervisão do Bispo Diocesano, um grupo de religiosos pode ser denominado beneditino, isto é, identificado com o ideal e o carisma de S. Bento.

d) Pelo que se depreende da legislação canônica e civil, podem os Bispos e Superiores Maiores de Ordens e Congregações, respeitadas as competências próprias, fundar casas religiosas, no âmbito de suas jurisdições.

e) Quanto à admissão de egressos de outras Ordens ou Institutos de Vida Consagrada nas fundações Diocesanas, vige o que ficou determinado no Decreto Legislativo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.



5. Conclusão



O Documento não alcança as Fundações Diocesanas canônica e civilmente. Trata-se de alerta contra abusos e erros cometidos.

Os Bispos Diocesanos, ao autorizar uma Fundação Diocesana, deverão atestar a autenticidade da espiritualidade e do estilo de vida beneditinos, a fim de que os mesmos não sejam desvirtuados.

As Fundações Diocesanas – por comunhão eclesial e respeito a Instituições seculares – poderiam adotar nomenclatura diferenciada para evitar ambigüidade e respeitar a terminologia clássica empregada pelas Congregações unidas em Confederação. Exemplificando: Mosteiro Diocesano de Vida Beneditina ou de Inspiração Beneditina, Mosteiro Diocesano de S. Bento, Mosteiro Diocesano Beneditino. Deste modo, estaria garantido o caráter diocesano e respeitada a terminologia utilizada pela Congregação Brasileira e outras pertencentes à Confederação Beneditina. Vale salientar que assim agem os monges trapistas, cistercienses e cartuxos. Apesar de viverem a Regra de São Bento e se considerarem da família beneditina, esses religiosos se abstêm da denominação de monge beneditino e não utilizam o termo usual de mosteiro beneditino. O que importa é a essência da mística e espiritualidade beneditina.

Eis o parecer, S.M.J. e sub censura fecimus et peragimus.



Natal, 11 de julho, Festa de São Bento Abade, de 2006.



PE. JOÃO MEDEIROS FILHO

– A presença de Maria.



Todo o 2º. Semestre de 2006 eu passei nessa aflição e angústia, por conta dessa indefinição. As pessoas me cobravam e eu não tinha resposta e só pedia que rezassem para que a Santíssima Trindade me mostrasse um caminho.

Foi quando me chegou às mãos uma revista na qual havia uma reportagem sobre Nossa Senhora. Após lê-la me dei conta que ainda não tinha apelado para ela. Logo ela, a “Consoladora dos aflitos” , a Advogada competente, a Intercessora por excelência, aquela a quem Jesus não nega nada... Me lembrei que só pedia ajuda à Trindade Santa e ao nosso Pai S. Bento, deixando a Mãe de lado.

Não tive dúvidas. Era uma 6ª. Feira à noite e eu corri para acender uma vela, rezar um terço, pedindo a ela – com muita confiança – que ela me mostrasse um caminho.

Ela não se fez de rogada e logo na 2ª. Feira chegou a resposta. D. Emanuel me propunha a Abadia da Ressurreição, em Ponta Grossa, PR.



Nossa Senhora da Trindade



A Abadia da Ressurreição de Ponta Grossa, PR, não estava na minha lista. Além de muito distante (e eu não queria ficar muito longe de Mossoró) era muito famosa, sobretudo pelo Canto Gregoriano que eles haviam adaptado ao Português. No meio dos “sinais” que eu recebi estavam 3 CDs que eles haviam gravado com os Salmos que eles cantam durante o Ofício Divino. Eu os escutava todas as noites, enquanto lia, antes de dormir. Eu adorava ouvir aquelas vozes e aquelas melodias. Me faziam um bem enorme. Eu sempre disse que o Canto Gregoriano faz a gente rezar, nem que não queira. Mal sabia eu que pouco tempo depois eu estaria cantando com eles.

Imediatamente liguei para a Abadia e depois de algum tempo (o tempo necessário para consultar o Capítulo) o próprio Abade me telefona dizendo que eles estão “de portas e corações abertos para nos acolher”

Logo que a resposta chegou me reuni com todos os meus colaboradores e anunciei o nosso destino. E disse:

- De hoje em diante não se faz nada que diga respeito a este Mosteiro sem a participação da Mãe. Absolutamente nada. Em tudo ela tem que estar presente.

E contei da presteza dela em atender meu pedido.



Em que pé estão as coisas em Mossoró.



Em dezembro de 2007 estive em Mossoró para encaminhar certas coisas práticas:

1. A Associação Civil foi criada e registrados em Cartório os Estatutos e toda a documentação necessária. Agora já existimos, pelo menos para a Sociedade Civil, podendo receber doações e fazer Projetos.

2. Recebemos a doação de um terreno de 10 ha, situado a 12 km da cidade, fora do perímetro urbano.

3. A Prefeitura se comprometeu de fazer o levantamento topográfico e o serviço de terraplanagem, para que a Arquiteta faça o projeto Arquitetônico.

4. A Arquiteta já está com um ante projeto em mãos, feito por um Monge de Ponta Grossa, faltando apenas ela completar e assinar o Projeto.

5. Além do Grupo dos futuros Oblatos há um outro que ficou designado de “Amigos do Mosteiro”, composto por pessoas influentes na cidade que ficaram de nos ajudar para conseguir os meios necessários para a construção. Neste grupo há representação da classe política, da classe empresarial (Indústria e Comércio), dos Clubes de Serviço (Rotary e Lyons), da Imprensa, dos Médicos, dos Advogados, etc. Ficaram de se encontrar uma vez por mês.



- O que pretendemos:



1. Para a manutenção do Mosteiro pensa-se em:



a) Um sistema de contribuição – ampliando o Grupo de “Amigos do Mosteiro”

b) Projeto de Alevinos que será viabilizado pelo Ministério da Pesca. O Governo patrocina o Projeto e compra o produto.

c) Venda na Loja dos Produtos confeccionados no Mosteiro através de:

- Suas Oficinas:

· Resina

· Artes Plásticas

· Alfaiataria

· Tecelagem

· Artesanato

· Licoraria

· Padaria



- Suas Fábricas:

* de Incenso

* de Vitrais

* de Velas ornamentais

* de Material de Limpeza

* de Polpa de frutas.



- Seus serviços:

+ Serigrafia

Abraços,

Ir. Manoel

fratermanoel@yahoo.com.br